Universitária cria Projeto de Centro Recreativo para deficientes visuais e encaminha para Prefeitura

28 | 01 | 2021
Mariane Peres
Mariane Peres

Um olhar integrado sobre o futuro e a acessibilidade inspirou a aluna do curso
de Arquitetura e Urbanismo da Toledo Prudente, Larissa Ferrari, a realizar as
pesquisas para sua monografia. Com interesse em apresentar um trabalho de cunho
social, a jovem elaborou um projeto para a criação de um Centro Recreativo para
pessoas com deficiência visual. O material, voltado às inclusões social e
cultural, será enviado à Prefeitura de Presidente como recomendação em
fevereiro deste ano.

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), após a
revisão do método de coleta de dados e informações referente às pessoas com
deficiência (seguindo às recomendações do Grupo de Washington), o número atual,
conforme o Censo 2010, corresponde a 12, 7 milhões de brasileiros, sendo que
mais de 143 mil pessoas se declaram cegas. Um novo Censo estava previsto pelo
Instituto para ser realizado em 2020, entretanto, devido à pandemia de Covid-19
ele foi adiado.


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Ao perceber a necessidade em oferecer um espaço acessível a essas pessoas,
Larissa decidiu “ir além das paredes e belezas” propostas em projetos
arquitetônicos durante a elaboração de sua monografia, que levou cerca de um
ano para ser concluída. “Nas buscas por um tema, encontrei o conceito de
Arquitetura Sensorial. Como pretendia promover uma pesquisa de cunho social,
que pudesse proporcionar a integração das pessoas, decidi fazer um projeto
voltado às pessoas com deficiência visual”.

Com ênfase na materialização de conceitos, ideias e sensações, a Arquitetura
Sensorial é a experiência de traçar um projeto envolvendo os sentidos humanos,
proporcionando ainda texturas e aromas.

“Para atender às necessidades, o projeto foi feito em plataformas. Dessa
maneira, é possível que o deficiente visual tenha acesso à cultura, lazer e
esporte. Foram inseridas salas de informática, biblioteca, uma praça de
alimentação, quadra, piscina e um jardim sensorial”, explica a aluna da Toledo
Prudente
.

A professora do curso e orientadora da monografia, Luiza Sobhie Muñoz, relata
que o “projeto foi desenvolvido de maneira bastante minuciosa, para que o
usuário pudesse ter uma experiência confortável, divertida e, principalmente,
pudesse se sentir incluído, tendo todas as suas necessidades atendidas e
respeitadas”.

“A
escolha do tema foi muito relevante pois mostra como é importante projetar
espaços adequados e inclusivos e, assim, contribuir para a construção de uma
cidade mais igualitária e acessível”, ressalta a docente da Toledo Prudente.

Portadora
de retinose pigmentar (uma doença degenerativa
que causa perda da visão)
, a estudante do curso de Direito do Centro
Universitário e ativista do movimento LGBTQ+, Walleria Suri Zafalon, conta que
vê essas iniciativas como resultado do estímulo institucional da Toledo Prudente
em sua preocupação constante com a inclusão e acessibilidade.

“Dessa forma,
acaba também estimulando os alunos para canalizarem seu potencial e
conhecimento acadêmico para construções de soluções que contribuam de forma
concreta no enfrentamento das exclusões sociais. Saber que existem alunos que
dedicam suas pesquisas acadêmicas nesse enfrentamento, já me faz sentir
bastante incluída”, finaliza. 

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