Aluno da Toledo cria projeto pioneiro sobre o lixo espacial

01 | 12 | 2014
Assessoria de Comunicação Toledo Prudente
Assessoria de Comunicação Toledo Prudente
O aluno do 6º Termo de Sistemas de Informação da Toledo Prudente Centro Universitário, Caio Alves de Sá, 21, acaba de concluir um estudo pioneiro e visionário sobre as consequências e as soluções para o lixo espacial. 
 
De acordo com o estudo, é considerado lixo espacial objetos criados pelos humanos que se encontram em órbita ao redor da Terra, mas que não desempenham mais nenhuma função útil. São fragmentos de naves espaciais, célula solares, satélites abandonados, peças, pedaços de reatores nucleares, estilhaços de foguetes que lançam satélites, porções de combustível sólido, ferramentas perdidas pelos astronautas e até partículas de tinta que ficam em orbita terrestre. 
 
“Um dos problemas do lixo espacial é o choque entre estes detritos e satélites de GPS, previsão do tempo e transmissão de dados que estão em funcionamento. A colisão com estes objetos pode danificar os equipamentos ou até deixa-los inativos”, ressalta o estudante.
 
Outro problema apontado por especialistas consultados na parte teórica do estudo é a consequência desse lixo no futuro. “Dentro de algumas décadas, se a quantidade de lixo espacial continuar a crescer, ficará praticamente inviável enviar ou manter satélites na órbita terrestre”, alerta Sá.
 
Para se ter um exemplo, em 1987, foram contados por volta de 10 mil detritos apenas no lançamento do Sputnik, satélite russo que tinha o diâmetro de 58 centímetros e 83 kg de massa. 
 
Outro dado alarmante foi divulgado pela NASA em 2008. A agência espacial americana contabilizou no espaço aproximadamente 17 mil destroços acima de 10 centímetros, 200 mil objetos com tamanho entre 1 e 10 centímetros e dezenas de milhões de partículas menores que 1 centímetro, além da existência de cerca de 800 satélites.
 
Segundo projeções da mesma agência, se os lançamentos continuarem no ritmo atual, a probabilidade de colisões entre fragmentos e satélites será 25 vezes maior.
 
Para a criação do artigo científico, o aluno consultou aproximadamente 20 trabalhos de outros autores, reportagens, documentos da NASA e do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). 
 

Caio conta ainda que sempre se interessou por assuntos relacionados ao espaço. “Sempre fui fascinado e o meu interesse cresce assim como aumenta a curiosidade das pessoas e o interesse das autoridades para desvendar o espaço”. 
 
O professor Raphael Garcia, do curso de Sistemas de Informação da Toledo Prudente destaca que nos últimos anos houve um crescimento necessário sobre as questões de meio ambiente. No entanto, ele alerta que a preocupação com a poluição não pode se limitar apenas onde pisamos. “Todo equipamento eletrônico possui um tempo de vida útil e é preciso pensar em como descarta-lo depois, sobretudo, em relação aos satélites que povoam os milhares de quilômetros do espaço”, alerta. 
 
O professor ressalta ainda, que algumas agências espaciais já se preocupam com essa questão e há alguns anos elas veem criando mecanismos como redes, lasers, braços coletores e órbitas-cemitério para diminuir a quantidade lixo no espaço. 
 
 
Sobre – Caio Alves de Sá é aluno Toledo Prudente Centro universitário e extensionista do Projeto E-Lixo. O discente participa de atividades voltadas à pesquisa e na gestão do lixo eletrônico. Ele já publicou dois artigos científicos sobre lixo eletrônico, sendo o primeiro sobre "Obsolência planejada visando consumo programado" e o atual sobre "Lixo espacial: consequências e soluções".