Com o objetivo de investigar as trajetórias e as realidades das pessoas em situação de rua em Presidente Prudente, analisar o perfil para quantificar e permitir a sua caracterização socioeconômica, a aluna do 8º termo de Serviço Social da Toledo, Allana Cristina Ribeiro da Silva e a coordenadora do curso de Serviço Social da Toledo, Juliene Áglio Parrão, desenvolveram um diagnóstico acerca dessa população.
A pesquisa entrevistou 58 sujeitos em situação de rua que foram atendidos no C
entro de Referência especializado da Assistência Social para a população em situação de rua (CREAS POP).
Segundo os dados obtidos, 76% das pessoas em situação de rua são homens e 24% são mulheres e a idade desses sujeitos nessa condição varia entre 18 a 50 anos e, ainda, 45% deles tem o ensino médio completo.
Allana explica que são vários os motivos que levaram essas pessoas a essa condição.
“Drogas, vínculos familiares, decepção amorosa, opção própria e perda de moradia são os principais motivos que levam as pessoas para essa condição”, comenta.
Juliene acrescenta que a grande maioria dos entrevistados primeiro usou droga para depois ir morar na rua.
“A droga tem influencia direta ou indireta na ida dessas pessoas para a rua e o diagnóstico apontou que 88% das pessoas em situação de rua em Prudente continuam usando drogas”, expõe.
Segundo ambas, o número de pessoas entrevistadas que buscam os serviços oferecidos pela Prefeitura teve um aumento significativo:
“Alguns já foram submetidos a internação e também ao serviço de acolhimento e o município conta com uma equipe de profissionais para o desenvolvimento de sociabilidades, na perspectiva de fortalecimento de vínculos interpessoais e/ou familiares que oportunizem a construção de novos projetos de vida; respeitando as escolhas dos usuários e as especificidades do atendimento”, explica Juliene.
Em Prudente, segundo as pesquisadoras, as pessoas em situação de rua costumam ficar na rodoviária, Praça 9 de Julho e, ainda, Praça da Bandeira (Camelódromo).
A relação da sociedade diante das pessoas em situação de rua ainda é discriminatória e passiva.
“A sociedade tem uma conduta passiva e discriminatória frente aos sujeitos que estão em situação de rua, porque a decisão de estar na rua não tem relação direta com renda familiar, mas muitos chegam a essa situação por agravos decorrentes de situações violadoras de direitos. Apesar de estarem nessa condição, alguns não querem permanecer nela”, comentam ambas.
Mais – Os dados obtidos por meio do diagnóstico serão enviados ao órgão competente da Prefeitura Municipal de Presidente Prudente para que eles tomem as providências cabíveis.
Foto: Aluna pesquisadora concede entrevista sobre assunto para uma emissora local