Sexo e Afeto na Maturidade

03 | 11 | 2003
Assessoria de Comunicação Toledo Prudente
Assessoria de Comunicação Toledo Prudente

A Toledo/PP realizou, no dia 27 de outubro, o workshop “Sexo e Afeto na Maturidade”, com a psicóloga Ana Cristina Canosa Gonçalves, professora na Universidade Aberta para a Terceira Idade da PUC/SP.
Com o objetivo de propiciar uma reflexão sobre a psicologia da maturidade, as modificações no comportamento sexual de homens e mulheres, a influência da chamada Síndrome do Ninho Vazio na vida da mulher madura e os efeitos da aposentadoria na vida psíquica do homem ocidental, o curso realizado na Toledo/PP teve uma excelente avaliação da psicóloga.
“Para mim é sempre interessante ter a realidade de outras regiões. Por morar em São Paulo, a experiência em outras cidades me enriquece enquanto profissional e pessoa. “Saber que aqui em Prudente tem uma Faculdade da Melhor Idade é maravilhoso, porque, como profissional, sei o quanto isso modifica e enriquece as pessoas. Elas ficam mais bonitas, mais bem humoradas, menos doentes. E esse resultado, para quem trabalha com a maturidade, é gratificante”, contou Ana.
“A faculdade para estas pessoas dá uma perspectiva de que envelhecer não é “emburrecer”, deprimir, assexuar-se. Elas estão sempre questionando e aprendendo. Infelizmente, as pessoas, em geral, não dão valor para isso, acham que as faculdades de terceira idade são só para passar o tempo”.
O tema sobre sexo na maturidade, segunda a psicóloga, num primeiro momento, causa uma certa resistência das pessoas, “mas no decorrer do curso, os participantes vão se soltando, questionando e colocando suas próprias questões pessoais”.
Ana trabalha há sete anos com a maturidade, não só com a sexualidade na maturidade, mas também com a psicologia da maturidade. “No início, falar da sexualidade gera um acerto incômodo, pois nossa cultura é muito restritiva na maturidade, principalmente para aquelas pessoas viúvas ou sozinhas. Mas percebo logo que, quando falamos sobre a sexualidade, o tema é bem aceito, pois estas pessoas tiveram ou têm vida sexual ativa. Tenho observado que as pessoas são receptivas para o tema, necessitam de informação e a mídia não consegue suprir esse assunto. Não temos programas para este público. Não se fala da sexualidade da maturidade. A resposta sexual na maturidade é diferente do que na adolescência e na vida madura. É preciso saber e usufruir do que a medicina e a psicologia dispõem para um bom aproveitamento da resposta sexual nesta fase da vida”.
Para a psicóloga, nenhuma teoria consegue suprir a experiência de vida. “É muito fácil falar da terceira idade sem ter passado por ela. Outra coisa é você ouvir estas pessoas, porque assim se consegue aliar a experiência da maturidade com a teoria da psicologia. Para mim, como pessoa, me ajuda inclusive a entender o meu próprio envelhecimento”, finalizou.
Ana Cristina é autora do livro “Madrastas, do conto de fadas para a vida real” e co-autora do “Manual de Dinâmicas de Grupo” e docente e coordenadora geral dos cursos de pós-graduação em Educação Sexual e Terapia Sexual da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana – SBRASH.

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