A Semana do Serviço Social 2003 da Toledo/PP, realizada de 14 a 16 de maio, no Salão Nobre da faculdade, está inserida nas comemorações do Dia do Assistente Social, comemorado dia 15 de maio.
Com a discussão de temas de Direito, programas sociais e mercado de trabalho, a abertura do evento foi no dia 14 de maio, às 19h, com uma apresentação cultural, seguida da palestra do professor da Toledo/PP e advogado Maurício Kenji Yonemoto, que falou sobre “O Código Civil e as implicações no social”.
Maurício, que abordou o Direito de Família em sua palestra, buscou adequar a visão distorcida que existe do Direito e da realidade social. “São duas áreas que estão muito próximas e precisamos reforçar essa questão. No Novo Código Civil, o relator Miguel Reale dá grande importância à questão social”, lembra o advogado.
No dia 15, às 19h, o professor da Unesp, Everaldo Santos Mellazzo realizou a palestra “O Programa Fome Zero”. Segundo ele, um programa amplo, que articula ações emergenciais com ações estruturais. “Não é só distribuição de cartões, mas de uma política pública, na construção dos Direitos Sociais no Brasil”.
Para Everaldo existe uma concepção de que o programa só ataca medidas emergenciais, “e não é assim. Ele tem um papel importante nas políticas estruturais como, por exemplo, a redistribuição de renda ou a Reforma Agrária”, finalizou.
Encerramento
A assistente social Maria Beatriz Costa Abramides encerrou o evento no dia 16 de maio, às 19h, com a palestra “As transformações no mundo do trabalho, a reforma do Estado e as inflexões na formação e exercício profissional”. Mestre e doutoranda em Serviço Social pela PUC/SP, Beatriz é ex-assessora de gabinete da Secretaria de Implementação das Sub-Prefeituras de São Paulo, no governo Marta Suplicy.
Em sua palestra, ela disse que as transformações do mundo se refletem diretamente nos assistentes sociais. “São os interesses internacionais e nacionais em jogo que provocam um cenário, onde o interesse do capital traz a crise do desemprego, a terceirização, o trabalho informal, o trabalho quarteirizado. Essa precarização atinge tanto a esfera pública como a privada, com a ausência de concurso público”.
Segundo Beatriz, isso não significa que o profissional não consiga entrar no mercado de trabalho, “mas as condições são deterioradas. Atinge a população dos usuários do Serviço Social que se encontram em estado de precariedade. Hoje, 50% da população está no trabalho informal, fruto de um projeto de internacionalização da economia. A seguridade social está ameaçada com a precarização, com o retorno do assistencialismo em detrimento da política social”.
Para os alunos, professores e profissionais, ela disse que é preciso, na formação, despertar a importância da defesa da categoria, “para que tenhamos profissionais críticos, competentes, com compromissos éticos com a população e com o social”, defesa, segundo Beatriz, do assistente social como trabalhador e com os trabalhadores. “Quando há política para a miséria, sem política estrutural, é o clientelismo. É necessária uma política pública, uma política social”.
“É preciso que os profissionais sejam atuantes e organizados em suas categorias e sigam na busca de conhecimentos. Precisamos lutar pelos direitos sociais, pela retomada de concursos, articulação com as entidades sindicais e com espaços públicos e privados e, principalmente, na qualificação de estágios”.
A Semana do Serviço Social 2003 da Toledo/PP foi uma realização da Faculdade de Serviço Social de Presidente Prudente, do D. A. “XV de Maio” e do Conselho Regional de Serviço Social da 19ª Região – CRESS.