É imprescindível e urgente que a educação passe a integrar o centro da discussão, perpassando a construção de um modelo de aprendizagem com análise consubstanciada ao contexto social estrutural em que estamos inseridos, considerado em seus aspectos temporais, geográficos, culturais ou econômicos.
Tendo como exemplo o atual contexto, a inaptidão em seguir, fazer seguir ou propiciar condições de seguir recomendações médicas revestidas de protocolos de saúde no atual cenário revela um sintoma, para além da pandemia, no qual a percepção da necessidade de construção de nossas habilidades sócio emocionais já estava adoecida.
A composição da sociedade estratificada a rigor do individualismo visceral conglobado em uma resposta aos novos fatores de produção de conteúdo personalizado integrados pelas redes sociais, streamings ou algoritmos marcam a existência de seres fadados à incapacidade de lidar com o diverso e, no atual contexto, o adverso. Afinal, vivemos a era das hashtags e consumimos o conteúdo que queremos.
Mas, em meio a tantos imediatismos tecnológicos, a sociedade se dá ao luxo de não perceber que a decisão custa muito mais que um toque na tela. Enfim, qual a importância de entender o meio em que vivemos?
Nesse aspecto, a educação exercerá papel fundamental na edificação estrutural daquela sociedade, que vier a perceber a complexidade da decisão entre entregar ao estudante forjado em sua redoma de conveniência o que ele deseja, ou o que ele precisa.
E essa necessidade é reflexo de nossa decisão enquanto sociedade pela construção de modelos escolares que se furtam de promover a interação com o próprio contexto, dificultando o desenvolvimento da habilidade do indivíduo de entender-se e entender o outro como ser integrante desse mesmo contexto.
Por isso, a educação, com formação para cidadania, que fomenta o pensamento crítico, precisa integrar a pauta central de nossas discussões.