Nesta sexta (03), a advogada Tatiana Borsa se reuniu com os alunos do curso
de Direito da Toledo Prudente, mais especificamente do Grupo de Competições de
Direito Processual Penal. O tema do encontro foi “Bastidores da Boate Kiss”, já
que a Dra defende o músico Marcelo de Jesus dos Santos, um dos quatro réus do
caso.
Durante
a conversa, vários assuntos foram abordados. Isso porque o caso chama atenção
por muitos motivos, principalmente aos futuros profissionais da área de
Direito.
“Eles
buscam saber como foi o fato, perguntam como está o Marcelo, como foi a
participação dele. Não tem um tema específico quando se fala em ‘Boate Kiss’,
tem a curiosidade geral de como tudo aconteceu, como iniciou o fogo, etc”,
conta dra. Tatiana.
A
conversa durou cerca de uma hora e, entre vários assuntos abordados, a advogada
citou uma das suas principais falas durante o processo: “justiça não é
vingança” e explicou o motivo de usá-la.
“A
gente vê a revolta dos familiares em querer, a qualquer custo, que a justiça
seja feita. Mas a justiça sendo feita e prendendo apenas os acusados, não é
justiça, é vingança. Porque a justiça seria feita se todos os responsáveis
realmente estivessem na banca dos réus, sendo que os responsáveis por essa
tragédia, como o prefeito, os bombeiros, o Ministério Público, todas as pessoas
envolvidas para que uma casa noturna funcione, para que ela possa abrir com
toda segurança, não estão sendo nem citados. Queremos vingança quando centramos
forças em querer condenar apenas quatro pessoas”, pontua a advogada.
Vale
lembrar que o caso “Boate Kiss” aconteceu em 2013, na cidade de Santa Maria, no
Rio Grande do Sul. O incêndio matou 242 pessoas e, no processo, estão presentes
quatro réus, sendo eles: Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, sócios da casa
noturna, Marcelo de Jesus do Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira,
e o auxiliar, Luciano Bonilha.
Expectativas superadas
Para
Fernando Xavier, monitor sênior e co-fundador do Grupo de Competições de
Direito Processual Penal, a oportunidade de conversar sobre o caso com alguém
que está vivendo-o todos os dias foi satisfatório e superou as
expectativas.
“Sei
que também superou as expectativas dos demais graduandos. A partir das falas e
dúvidas sanadas pela Doutora, a respeito do caso da Boate Kiss, tivemos conhecimento
sobre diversas informações que nem fazíamos ideia a respeito dos bastidores.
Nos mostrando a importância do poder da oratória, de se manter firme naquilo
que acredita. Pudemos observar que ela está realmente a procura de justiça e
não de vingança. Se tenho certeza de algo, é que os alunos que assistiram sua
exposição, pensaram do mesmo modo e perceberam estritamente isso, e como disse
nossa Monitora do Grupo, Lorena Novaes, ‘um até logo’ é o essencial para
definir o sentimento, pois esperamos traze-la novamente de forma presencial”,
concluiu.