Artigo do aluno Mário Martins

17 | 07 | 2006
Assessoria de Comunicação Toledo Prudente
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O PREÇO DA LIBERDADE RELIGIOSA NO BRASIL
Por: Mário Martins dos Santos

Devido a força com que havia se espalhado os ideais preconizados por Martinho Lutero (1483-1546), as perseguições foram constantes em todo o mundo e principalmente na Europa, onde a hegemonia Católica era extremamente forte.

Em 1557, quarenta anos após a Reforma Protestante liderada por Lutero (que depois de Jesus e de S. Paulo é considerado o maior homem de todos os tempos, por levar o mundo a romper com a instituição mais despótica da História), desembarcou no Rio de Janeiro um grupo de Huguenotes (como eram chamados os protestantes vindos da França), sendo eles os primeiros Evangélicos na história do Brasil. Entretanto, pouco puderam realizar no campo espiritual, pois foram capturados pelos Jesuítas e mortos pelas mãos dos mesmos.

Depois desse episódio, muitos Evangélicos desembarcaram em terras brasileiras, vindos da França, Suécia, Alemanha e outros países, sendo sempre perseguidos pelos líderes espirituais da Igreja, em todos os períodos históricos da nação.

Após as barbáries cometidas pelos Imperadores, Governadores e pessoas influentes de vários países como Roma e Grécia contra a integridade física dos fiéis primitivos, veio as perseguições covardes e desumanas promovidas pela Igreja instituidora da denominada “Santa Inquisição”, por intermédio de seus líderes Eclesiásticos em todo o mundo, inclusive no Brasil.

A intenção do clero era exterminar todo e qualquer grupo religioso que professasse uma fé diversa daquela que era ensinada pelos supostos “sucessores do Apóstolo Pedro”, ficando os Sacerdotes Romanos incumbidos de torturar, apedrejar, desonrar, humilhar e até mesmo matar (através da “Santa Inquisição”) aqueles que tivessem como regra de fé a Bíblia Sagrada.

Os responsáveis pela Igreja perseguidora, diga-se de passagem, proibiam a leitura do Livro Sagrado, e para isso queimavam as Bíblias que encontravam nas mãos dos fiéis, pois afirmavam que só as Autoridades Eclesiásticas da referida Igreja podiam ter conhecimento do teor que há no Cânon Sagrado.

Em que pese a tentativa de exterminar os Evangélicos no Brasil e no mundo, que sempre tiveram a Bíblia como paradigma e regra de fé, o intento não prevaleceu pois os mesmos tinham como lema os ensinos do Apóstolo Paulo, que assim pregava: “O viver é Cristo e o morrer é ganho”- Epístola do Apóstolo Paulo aos Filipenses, capítulo 1, verso 21.

Foi com esse ideal que muitos Evangélicos puderam enfrentar a fúria de Roma, quando os Imperadores divertiam o povo colocando famílias inteiras de Evangélicos nas arenas do Coliseu, com o escopo de vê-los enfrentando leões famintos, e a única forma de se livrar dos leões era negar a fé Cristã Evangélica, mas os pais de famílias preferiam morrer a negar a fé em Cristo e, assim, permaneciam firmes no propósito de levar até a morte os ensinos doutrinários que aprendiam com os Pastores do segmento religioso em destaque.

No Brasil, o período Colonial foi marcado pela intolerância religiosa e pelo monopólio da religião Católica, que proibia cultos de outros segmentos religiosos na Colônia portuguesa, pois havia firmado com o Estado uma aliança política denominada pelos historiadores de “Padroado Real”.
A Constituição Política do Brasil Imperial de 1824, negava Liberdade Religiosa à todos quanto não fossem Católicos porque assim era sua dicção no artigo 5º :
“A Religião Católica Apostólica Romana continuará a ser a religião do Império.

Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular em casa para isso destinadas, sem forma alguma exterior de Templo.”

Como visto, permitia-se às religiões não Católicas o culto doméstico, conquanto que o local da celebração não mantivesse forma exterior de Templo.
Só em 1891, com a entrada em vigor da primeira Constituição da República Federativa do Brasil, é que foi garantido à todos a Liberdade Religiosa, independente do credo religioso; O artigo 72, 3º da Constituição Federal de 1891, assim era descrito: “Todos os indivíduos e confissões Religiosas podem exercer pública e livremente o seu culto, associando-se para esse fim e adquirindo bens, observadas as disposições comuns”. Entretanto, a história nos mostra que mesmo com a conquista da Liberdade Religiosa os pioneiros da evangelização continuaram sofrendo ameaças de todos os tipos, pois as autoridades faziam vistas grossas aos problemas de perseguições religiosas sofridas pelos Cristãos Evangélicos em terras brasileiras.

Dentre os missionários Evangélicos que vieram proclamar a mensagem de Cristo no Brasil, destacou-se os fundadores da Igreja Assembléia de Deus, Daniel Berg e Gunnar Vingren, os quais vindos da Suécia com destino a Belém do Pará em 1910. Considerados os pioneiros do Movimento Pentecostal no Brasil.

Destarte, somente com a entrada em vigor da Constituição Cidadã (como ficou conhecida nossa atual Constituição Federal) de 1988 é que, definitivamente, ampliou-se o direito de Liberdade Religiosa no País e efetivou-se a sua garantia de uma vez por todas pois, assim dispõe seu artigo 5º, inciso VI : “É inviolável a liberdade de consciência e crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da Lei a proteção aos locais de culto e suas liturgias”.

Atualmente o lema dos Evangélicos no Brasil não é mais aquele referente a morte, malgrado continuarem inspirados no Apóstolo Paulo o discurso de hoje é aquele que o Apostolo proferiu no capítulo 15, versículo 57 da sua primeira Epístola aos Coríntios: “Mas graças à Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo”, isto porque os Evangélicos entraram na história brasileira como segmento religioso de destaque, diante da atual sociedade do país.
Hoje, possuem representantes em todas as camadas sociais e em todas as esferas do Poder Público, como Executivo, Legislativo e Judiciário.

Os Pastores Evangélicos passaram a ser respeitados e seus trabalhos reconhecidos perante as Autoridades constituídas, sendo estes líderes religiosos homenageados e condecorados com diversos títulos de honra ao mérito, por seus trabalhos espirituais e sociais em todo território nacional.

Os Evangélicos não são mais humilhados, perseguidos ou mortos por pregarem a palavra de Deus no Brasil e em vários países do mundo, e por este motivo possuem liberdade para pregar nos seus Templos, nas Ruas, nos Ginásios e até mesmo em Praças Públicas.

Sabemos que os primeiros missionários que chegaram ao Brasil com o intuito de pregar o Evangelho de Jesus Cristo, pagaram com suas próprias vidas a Liberdade Religiosa que usufruímos hoje e, por este motivo cabe a cada Cristão Evangélico valorizar esta tão importante conquista pregando a Palavra de Deus em todo os Estados-membros e Cidades da União, ‘à tempo e fora de tempo’, tendo a convicção de que esta vitória foi conquistada com preço de sangue, mas que hoje está consolidada pela atual Constituição Federal.

Aproveitamos o ensejo para parabenizar a maior Igreja Evangélica do Brasil: a Assembléia de Deus, por estar completando 95 anos de evangelização em Território Nacional, pois desde 18 de junho de 1911(dia de sua fundação), esta Igreja tem resgatado vidas e feito um trabalho gigantesco, tanto na área espiritual como social, e este é o motivo de seu crescimento e estabilidade, sendo respeitada dentro e fora do país.

A Igreja Evangélica Assembléia de Deus foi fundada por dois missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren, que vieram para o Brasil e se instalaram em Belém do Pará em 1910. Começaram a evangelizar a Cidade de Belém no Estado do Pará e cidades circunvizinhas, e hoje como afirma o atual Pastor Presidente da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (C