Formado na 1ª Turma de Serviço Social da Toledo/PP (1988), Cláudio Bartolomeu Lopes visitou a faculdade para, desta vez, falar aos alunos dos 2º, 3º e 4º anos do curso sobre a sua experiência como Conselheiro de Terrena das Organizações das Nações Unidas – ONU e Coordenador para Segurança de Área em Angola, na Província de Malanje, cargo que ocupa atualmente.
“O objetivo deste encontro com os alunos é tentar desmistificar a ONU. Eles devem entender que o currículo a gente constrói dia-a-dia, durante toda a vida. Desde o 1º dia de aula eu comecei a batalhar”, contou Cláudio, fundador e primeiro presidente do D. A. XV de Maio.
Convidado pela professora da disciplina de Movimentos Sociais, Selma Regina de Andrade, ele lembrou que foi bancário, fez militância política, além de participar ativamente da comunidade do bairro São Judas Tadeu. “Foi essa experiência com as comunidades de base no São Judas que me levaram a optar pelo curso de Serviço Social. Depois de formado, em 1989 deixei o banco em que trabalhava e fui trabalhar na Cesp, no Pontal do Paranapanema, no reassentamento”.
A história na ONU
Cláudio vive em Angola há 7 anos, onde iniciou seu trabalho no Programa de Voluntários. De 1996 a 1998, trabalhou como Coordenador Provincial para Reintegração, em Huambo. De 1999 a 2000, trabalhou em Luanda como Coordenador de Terreno. Quando assumiu o cargo na ONU, Cláudio foi trabalhar no processo de reintegração dos membros militares, já que em 1996 havia um acordo de paz entre as partes envolvidas. “Em dezembro de 1998, a guerra recomeçou e durante esse período, trabalhei com reintegração nas províncias menos afetadas pela guerra. Em abril de 2000, nosso projeto acabou em conseqüência da guerra”.
Em junho de 2002, foi designado para a Povíncia do Bié para trabalhar com o escritório da ONU, como Coordenador dos Assuntos Humanitários. Com o término da guerra, segundo Cláudio, o maior objetivo passou a ser de apoio à população no retorno às áreas de origem e de estabilização da população que se encontrava em situação de vulnerabilidade.
“Trabalhar num país em guerra é preciso ter determinação, porque as pessoas correm de um lado para o outro para salvar suas vidas e nós, para ajudá-las. Em Angola, são quase 30 anos de guerra civil. O lado positivo é que todas as pessoas estão acreditando na paz, pensando na reconstrução do país e retornando aos seus locais de origem”.