O Grupo de Estudos “Estado e Sociedade”, coordenado pelo professor Sérgio Tibiriçá Amaral, apresentará para alunos e comunidade em geral, trabalhos sobre temas polêmicos, como clonagem humana, projeto genoma e distanásia, no próximo dia 28 de abril, às 14h, no Anfiteatro “Dr. José Cupertino D’Arce”.
Formado por alunos do curso de Direito da Toledo/PP, os grupos de estudos da faculdade se propõem a discutir, com maior abrangência e intensidade, os assuntos abordados em salas de aula.
Para os alunos do 2º C de Direito, Karen Dizziani, Mariana Pretel, Namir Jacob, Orivaldo Ginel Júnior e Ricardo Zaccharias, que apresentarão o trabalho “Clonagem humana e projeto genoma”, o interesse em participar do grupo de estudos foi a busca por mais conhecimentos dos aspectos jurídicos de temas polêmicos e interessantes.
O tema citado foi escolhido, no ano passado, pelo Grupo de Estudos “Bioética e Biodireito”, coordenado pelo professor Jesualdo Eduardo de Almeida Júnior, “que fundiu-se, este ano, com o grupo do professor Sérgio”, explica Orivaldo.
A pesquisa dos alunos foi feita por meio de livros, internet, revistas, legislações, entre outras. “O interessante nos grupos de estudos é que estudamos e entendemos cada assunto e, divididos em subgrupos, aprofundamos as pesquisas dos temas, verificamos se há ou não regulamentação sobre o assunto. Na apresentação, falamos sobre o tema, como é constituído e o seu aspecto jurídico, abrindo depois para discussão com o público. O objetivo é a troca de informações e questionamentos com a platéia, tanto da parte técnica, como da parte jurídica. Por meio desse trabalho, cujo tema escolhemos, apresentamos com imparcialidade, os dados técnicos, a posição do estado, da igreja, da sociedade e a legislação específica, fornecemos ao público dados para que forme sua própria opinião, seu conceito sobre o tema. É uma troca, um intercâmbio, também com a pós-graduação”, afirmam os alunos.
Para eles, os grupos proporcionam ainda, um exercício para a elaboração da monografia de final de curso, “pois o professor Chammé também orienta os grupos quanto à elaboração das pesquisas”.
Distanásia
Os alunos Álvaro Fernandes (1º D) e Pedro Sheneviz Filho (1º B) apresentarão o tema “Distanásia”. Médicos, Álvaro é plantonista da UTI da Santa Casa e Pedro, emergencista no mesmo hospital. Ambos vivem o assunto no seu dia-a-dia profissional.
“A distanásia, que é prolongar o sofrimento do paciente que não tem nenhuma chance de vida, é um tema polêmico no Brasil, porque as famílias não estão preparadas para a morte e os médicos não têm a cultura de chegar até um determinado limite”, explica Álvaro.
Segundo ele, a distanásia é um tema polêmico. “Hoje precisamos encarar a morte como um fato natural. Precisamos entender que chega um ponto que não podemos tomar medidas extraordinárias e sim, humanas. E que, entenda-se, não estamos falando em abandonar o paciente. Os médicos que praticam a distanásia nos Estado Unidos são chamados de medic futility”. Para Álvaro, é um tema que abre uma ampla discussão e precisa de mudanças nas universidades. “É preciso mudar a mentalidade do médico para que ele transmita outra visão da morte para a família”.
Para explicar o tema, Pedro se lembra da eutanásia, “que originalmente era a morte boa, poupava sofrimento. Mas hoje, a percepção que se tem é de morte induzida e a palavra usada é ortotanásia, a morte digna, ou seja, ter um paciente em fase final, sem dor. O médico minimiza o sofrimento do paciente”.
Para concluir, Pedro explica que a distanásia é quando o paciente está em fase final, que o médico sabe que não tem chance de sobrevida, mas é tratado como um paciente curável. “Que é a morte ruim, antinatural, por isso fala-se que a distanásia é prolongar o sofrimento do paciente”.