O II Simpósio Integrado da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas de Presidente Prudente da Toledo/PP teve início ontem, dia 19 de maio, no Salão Social do Tênis Clube de Presidente Prudente, com a participação alunos e profissionais das áreas de Administração, Ciências Contábeis e Economia.
Renata Bernhoft abriu o evento com a palestra “Planejamento Sucessório”. Consultora e sócia da Bernhoft Consultoria e MBA Executiva pela Business School São Paulo e University of Toronto, ela disse que o principal dilema da perpetuação das empresas familiares é que elas representam de 50 a 70% do PIB total mundial. “São empresas inovadoras, geradoras de empregos”.
Para os alunos, a consultora falou que eles precisam entender esse tipo de incorporação, “diferente de empresas como multinacionais, que têm suas ações ‘espalhadas’. É a família tomando decisões no destino do capital, na gestão administrativa. Ainda que a família não herde o cargo, ela herda o capital”.
Segundo Renata, muitos dizem para que sejam contratados profissionais para a administração da empresa, “mas, ainda assim, a decisão é de quem detém o capital. A idéia propõe transformar a família em uma boa acionista, contratar profissionais que possam gerenciá-la, que a família dê autonomia a esse profissional e saiba controlá-lo”.
Ela explicou que em uma empresa de primeira geração fica claro onde está o poder. “Passada para a segunda geração da família, você terá sócios que precisam entender e criar o que chamamos de acordo societário, que é como a família ira se relacionar com a empresa”. Para Renata há diferença em uma família empresária e uma empresa familiar. “A família empresária é aquela que trabalha com uma postura sócio-profissional”.
Os números apresentados pela consultora apontaram que da primeira para a segunda geração, 34% das empresas sobrevivem na mão da mesma família. O índice da segunda para a terceira geração é de apenas 14%. “Falamos de uma chance de perpetuação muito pequena, em que as famílias têm que fazer muito o dever de casa, pois ser sócio implica em fatores emocionais, patrimoniais, jurídicos e administrativos”, finalizou.
Impacto e concorrência
Na terça-feira, dia 20 de maio, às 19h30, Ernesto das Candeias falou sobre o tema “O Impacto do Novo Código Civil nas empresas e nas profissões”. Assessor jurídico na área tributária do Centro de Estudos e Debates Fisco-Contábeis do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo – Sindcont-SP, ele disse que havia necessidade de adaptação de uma legislação própria, voltada para a sociedade, embora considere que o Novo Código Civil já esteja superado.
“O Novo Código Civil é a legislação mais importante depois da Constituição Federal, pois envolve relacionamento, operação de crédito, sociedade. Ele regra todos os relacionamentos e vem dar maior clareza para o profissional de contabilidade”.
Para os alunos, futuros profissionais, Ernesto disse que o profissional contador é sempre requisitado no dia-a-dia da empresa. “A empresa pode não ter um advogado, um médico, mas tem que ter um contador, que é quem assessora as atividades do dia-a-dia para estruturá-las. Então, esse profissional tem manter-se atualizado, porque a responsabilidade dele é grande, não só na parte contábil, mas nas obrigações fiscais e sociais da empresa. Por isso, eventos como o II Simpósio Integrado da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas de Presidente Prudente da Toledo/PP são importantes, para que tanto os alunos como os profissionais se atualizem”, concluiu.
O presidente do Conselho Regional de Economia – 2ª Região SP – CORECON, Synésio Batista Costa encerrou o evento no dia 21 de maio, às 19h30, com a palestra “Concorrência acirrada entre as empresas nacionais e multinacionais”. Empresário e economista, ele apresentou a questão internacional na visão de quem faz. “Falamos sobre a dureza ou crueldade do mundo dos negócios. Como se ganha dinheiro mundo afora”.
Também presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos – ABRINQ, Synésio, em sua palestra, abordou a questão da globalização, a economia mundial pelas mãos de quem faz. “O que fazemos é analisar a característica de cada mercado e vender o que o cliente quer”.
Para ele, é necessária a boa informação. “Passado não paga duplicata. Estamos, na região de Presidente Prudente, hoje, ancorados na soja, na carne e no couro. A China descobriu, depois de anos, que a gordura do porco faz mal à saúde da população chinesa e transformou o consumo para óleo de soja. A Rússia e o Leste Europeu, idem. O episódio da ‘vaca louca’, na França, mostrou que era necessário parar com a alimentação dos animais a base de farinha de osso e sangue e que o milho americano estava muito caro. Isso tudo são dados que nos mostram que, apesar de termos como competidores a Argentina, os Estados Unidos e a China, sabemos no que podemos e devemos investir. A região de Prudente dedica-se hoje à pecuária e à soja, prognosticando 10 anos de mercado seguro pela frente. Mas não basta o diagnóstico do mercado. É preciso ser competente e voltar a funcionar a auto-estima. Todas as condições estão colocadas, mas para produzir bem é necessário ser competente e buscar qualidade e produtividade”, encerrou Synésio