Pintor italiano é tema de oficina do Projeto Degraus
Alunos do Projeto Degraus realizaram uma atividade na disciplina Oficina Cultural, sobre o pintor italiano Alfredo Volpi, considerado abstrata e que viveu no Brasil desde um ano de idade.
Ministrada pelas extensionistas Aline Pereira Lima, Sheila Mendes e Lucilene de Souza Queiroz, alunas do 3º ano de Serviço Social, e Ricardo Ribeiro Trigo, aluno do 1º C de Administração, a disciplina é dividida em eixos temáticos, como literatura e arte. “Pretendemos trabalhar no próximo semestre com cinema e fotografia”, explica Aline.
A idéia de ‘apresentar’ o artista para os alunos foi de Aline, que adaptou a oficina para uma linguagem que as crianças pudessem entender. “A primeira idéia surgiu porque o abstracionismo está no cotidiano e expressa sentimento e, muitas coisas, passam despercebidas. Queríamos que os alunos identificassem essas figuras no cotidiano”, lembra Aline.
Segundo a aluna, num primeiro momento, foi enfocado o abstrato e o figurativo. “Como o pintor, que começou a trabalhar figurativamente, ou seja, pintando casas, cenários, os alunos do Projeto Degraus foram, também, retratando cenários, como o pátio da faculdade. Num segundo momento eles foram fazendo recortes nas figuras e chegaram ao abstracionismo”.
Os extensionistas dizem que a Oficina Cultural é uma disciplina que tem uma grande participação dos alunos. “É uma atividade que eles gostam por ficarem mais livres para se expressarem”, finaliza Aline.
Alfredo Volpi
Nascido em Lucca, na Itália, em 1896, Alfredo Volpi foi um autodidata. Sempre valorizou o trabalho artesanal, construindo suas próprias telas e pincéis.
Sua evolução foi natural, tendo chegado à abstração por caminhos próprios, trabalhando e dedicando-se a essa descoberta. Nunca acreditou em inspiração.
Alfredo Volpi não participou dos movimentos modernistas da década de 20, apoiados pela elite brasileira. Manteve-se à parte desses grupos. Não teve acesso aos mestres europeus, como era comum na época.
Formou, na década de 30, o Grupo Santa Helena que com outros pintores, Rebolo, Graciano, Zanini, Bonadei e Pennacchi, constituíram um trabalho voltado para a pesquisa, desenvolvimento de técnicas apuradas e observação.
Na década de 40, através das paisagens de Itanhaém, seu novo caminho pictórico começou a se mostrar. Abandonou a perspectiva tradicional, simplificou e geometrizou as formas. Mais tarde, chegou à abstração. Após seu encontro com o pintor italiano Ernesto De Fiori, seus gestos ficaram mais livres, dinâmicos e expressivos. A cor, mais vibrante.
Nos anos 50, as bandeirinhas das festas juninas, de Mogi das Cruzes, integraram-se às suas fachadas. Posteriormente, destacou-as do seu contexto original. A partir da década de 60, suas pinturas são jogos formais: todos os temas são deixados de lado e as bandeirinhas passaram a ser signos, formas geométricas compondo ritmos coloridos e iluminados.
Alfredo Volpi morreu aos 92 anos, em São Paulo, no ano de 1988.