Construindo caminhos para a paridade de gênero na Política

14 | 01 | 2021
Larissa Costa
Larissa Costa

Nos últimos anos, acompanhamos uma progressão no debate público em torno da participação feminina na política, entretanto, desde as câmaras dos vereadores até o Senado Federal, a taxa de representatividade ainda permanece muito aquém, mesmo frente a um panorama social no qual as mulheres representam mais de 51,8% da população e mais de 52% do eleitorado.

No ano em que se comemora 88 anos do sufrágio feminino no país e 25 anos da lei que inicialmente definiu as cotas eleitorais, seguimos com um panorama de apenas 15% de representação feminina no Congresso brasileiro e 16% nas câmaras municipais. Apesar das eleições municipais de 2020 terem registrado um recorde na participação feminina, o número não repercutiu na eleição efetiva de mulheres.

Em Presidente Prudente tivemos 3 mulheres que ocuparão as cadeiras do legislativo a partir do ano de 2021; e na nossa região, tivemos nas cidades de Caiabú e Bauru, a eleição de mulheres como prefeitas. Apesar da vitória nas urnas, a prefeita eleita na cidade de Bauru, a primeira mulher negra a chefiar o Poder Executivo Municipal, recebeu ataques racistas pelas redes sociais.

A sub-representação feminina na política produz efeitos negativos na elaboração e consolidação de políticas públicas inclusivas, que considerem as questões de gênero. Para superar as posições desiguais de participação política devemos ponderar acerca da composição dos pleitos femininos, considerando à distribuição desigual de recursos de campanha, a intensidade das fake news e a cultura patriarcal que segue restringindo a participação feminina nos espaços de poder.

Há várias dimensões a serem observadas para que se possam esboçar caminhos para a paridade de gênero no âmbito político, de modo a evidenciar uma correlação positiva entre o regime democrático e a expansão de proteções institucionais a um nível de equidade e que resulte na solidificação da justiça social.

opinião.