Formado em 2007 no
curso de Direito da
Toledo Prudente, Lucas Andrino Chirico é referência quando o assunto é Direito Esportivo no que diz respeito a questões negociais e contratuais, sendo reconhecido pela CBF – Confederação Brasileira de Futebol.
A assessoria de comunicação da
Toledo Prudente bateu um papo com o profissional e conheceu um pouco mais do mercado esportivo e da rotina do profissional.
Como começou seu interesse pelo Direito Esportivo?
Na verdade, sempre tive muita afinidade com o futebol e claro, interesse pelo Direito Esportivo. Quando era criança, joguei e passei por algumas categorias de base de alguns clubes no Brasil, e cheguei até a tentar seguir a carreira como jogador de futebol, porém, não obtive êxito. Logo em seguida, ingressei na faculdade de Direito, desde o início já pensando em atuar na área do Direito Esportivo, no que diz respeito a gestão de carreiras e clubes, negociação, como compra e venda de jogadores, parte contratual, portanto, meu interesse começou antes mesmo da faculdade, jogando futebol.
Além de ser o seu trabalho, podemos dizer que o esporte é um dos seus hobbies?
Na verdade, o futebol não considero mais um hobbie, pois o futebol em minha vida tomou outros rumos e diferenciadas proporções, sendo uma área bastante séria e que envolve muito investimento, tanto que desde criança, eu tinha um time do coração, torcia como qualquer menino, mas hoje, não vejo mais esse esporte como um passatempo. Atualmente, o futebol é para mim um negócio.
O que faz um profissional atuante na área de compra e venda de jogadores no mercado de futebol?
Antigamente éramos chamados de empresários de jogadores de futebol ou ainda um intermediário, que é o profissional responsável pela gestão de carreira do atleta e atento também a toda a formação de elenco de times, tanto no Brasil, como no exterior, para ter uma visão estratégica e realizar o encaixe do atleta, podendo assim ter um upgrade significativo dentro da profissão. Esse empresário deve estar sempre antenado às contratações e movimentações dos clubes e também no interesse dos atletas. Vamos a um exemplo bastante prático, se o Real Madrid, um time europeu, vendeu um atacante com um perfil X, então o empresário deverá se atentar que provavelmente o clube fará a contratação de um novo atacante, possivelmente com o mesmo perfil. Assim, teremos ambas as partes com interesses atendidos, tanto o clube, com um novo profissional que atenderá suas necessidades, quanto o profissional, em um clube renomado e remunerado de forma coerente.
Você possui uma empresa que é reconhecida pela CBF, fale-nos um pouco sobre o surgimento dela?
Por um bom tempo, atuei como executivo de futebol na montagem de elenco. Realizei essas atividades até meados de 2015, foi aí que migrei para a área empresarial em definitivo, foi então que constitui minha empresa, a Gold Sport, juntamente com o meu sócio, o Roberto Graziano e que graças a Deus, verificamos a cada ano, um aumento bastante significativo de jobs.
Para obter reconhecimento junto a CBF, o que é necessário? Quais são as exigências?
A CBF solicita uma lista de documentos necessários para o registro de uma pessoa física ou jurídica. Como empresa, a Gold Sport, somos regulamentados e as exigências são inúmeras, haja visto que no Brasil, não chega a ter 100 empresas que atuam nesse segmento.
Atualmente, quantos profissionais da área esportiva sua empresa representa, tanto no Brasil, quanto no mercado externo?
Hoje, a Gold Sport representa cerca de 40 atletas que estão jogando em clubes brasileiros e no exterior. Em nosso elenco, temos jogadores na Europa (Portugal, Espanha), na Ásia (Japão, China, Coréia), inclusive um dos maiores artilheiros da J-League, que é o Campeonato Japonês, é representado pela nossa empresa.
Qual sua percepção sobre esse mercado? Está em constante expansão?
Na minha opinião, no Brasil é uma paixão nacional e ela se tornou atualmente uma paixão mundial. Em muitos países, só cresce o número de clubes e jogadores que atuam no ramo futebolístico, portanto, o futebol é atualmente um negócio mundial e que movimenta uma fortuna. No futebol, as coisas funcionam muito rapidamente, por exemplo, um jogador que atualmente ganha R$ 10 mil, poderá facilmente e rapidamente elevar seu salário para R$ 500 mil de forma muito agressiva. E com certeza, essas oportunidades só aumentam.
Como é atualmente sua rotina de trabalho? É necessário que o profissional que vá atuar nesse mercado saiba falar diversos idiomas?
O futebol não para. As negociações também não. A minha rotina é bastante intensa, já que nossa empresa atua também nos mercados internacionais. Para se ter uma ideia, se no Brasil é noite, no Japão, estão em horário comercial e muitas negociações costumam acontecer durante a madrugada.
Durante a semana, acontecem a maioria das negociações e aos finais de semana, temos os jogos, que precisamos acompanhar ao máximo para estar bem antenados com tudo o que acontece e claro, acompanhar os atletas que são representados pela nossa empresa. Para quem trabalha com futebol, não existe dia de folga, não existe madrugada, portanto eu diria que a rotina é completamente atípica.
Sobre os idiomas, quanto mais você tiver domínio de outras línguas melhor, porque isso já faz de você um profissional diferenciado.
Onde atualmente você reside? É necessário que você faça muitas viagens a cada nova transação ou negociação? Como é essa rotina de deslocamentos?
Atualmente, moro em São Paulo, minha empresa também funciona em São Paulo, na Avenida Paulista, mas semanalmente estou em viagens de trabalho para realizar consultorias, negociações e acompanhamento de negócios, pois com o mercado que atuamos, o deslocamento é inevitável.
Qual a dica ou recado que você daria para os jovens que futuramente pretendem atuar nesse mercado?
Primeiramente, fico muito contente em participar dessa reportagem, pois foi na Toledo Prudente que tive todo o embasamento jurídico e de vida. Nasci e cresci em Presidente Epitácio e muitas pessoas imaginam que vêm do interior, possui dificuldades para se dar bem na capital e eu sou uma prova viva de que isso é possível. A dica é que se você gosta da área, seja ela qual for, crie uma rede de contatos, o famoso network. Em todas as áreas, o network é bastante importante e eu diria que no futebol, imprescindível.
Leiam sobre o assunto, mantenham-se atualizados e meu objetivo é que os jovens, principalmente do interior, da região de Presidente Prudente tenham interesse no Direito Esportivo, pois é uma área em constante ascensão e que necessita de bons profissionais.
Foto: Com o jogador Bruno Mendes, do Cerezo Osaka, artilheiro da J-League, Japão