Museu de Medicina Legal da Toledo Prudente é referência em estudos de criminologia

10 | 02 | 2021
Mariane Peres
Mariane Peres

Oferecer
aos alunos mais que teoria está entre os diferenciais da Toledo Prudente. E
além dos muitos laboratórios, o Centro Universitário conta ainda com o “Museu
de Medicina Legal (MML)”, referência na região de Presidente Prudente.
Conhecido popularmente como uma espécie de
 “Museu do Crime”, o local possui um acervo com
mais de 1 mil peças para análise e estudos referentes à medicina legal, criminologia,
ciências forenses,
  entre outras áreas do
Direito.

Fundado
em 1965, por iniciativa do Doutor José Cupertino D´Arce, que na época atuava
como professor de Medicina Legal da Toledo Prudente, o local de acervo didático
e criminal visava disponibilizar aos estudantes e profissionais da área de
Direito contato direto com instrumentos dos crimes mais significativos e de
maior repercussão em Presidente Prudente e região.

Conforme
o professor do curso de Direito do Centro Universitário, Florestan Rodrigo do
Prado, também por ser aberto ao público e por 
possuir artefatos reais ligados a crimes que ocorreram na região de
Presidente Prudente, o Museu tornou-se referência para visitação. “Devido aos
diversos objetos que compõem seu acervo, ele vai muito além da disciplina de Medicina
Legal, pois envolve áreas correlatas a ela, tais como a criminologia, a
psiquiatria forense, as ciências penitenciárias, dentre outras, detendo um
vasto acervo de objetos, artefatos, fotos e outras  peças processuais que tornam mais rico o
aprendizado jurídico e  a  pesquisa forense dos nossos alunos”, explica.


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O
acervo é utilizado pelos alunos nas disciplinas de Medicina Legal e de Direito
Penal, proporcionando melhor vivência prática, conforme o aluno do 9º termo de
Direito, Paulo Augusto da Silva. “O Museu é uma forma de ter contato maior com
os exemplos relacionados às questões inerentes as matérias, como facas, fotos e
utensílios em geral”.

Por
conter materiais  originais que
foram  utilizados em crimes, o Museu de
Medicina Legal também costuma ser uma extraordinária  ferramenta pedagógica para a realização de
aulas do curso de Direito,  com a
utilização didática de objetos  do seu acervo,
além de propiciar a pesquisa para a produção de importantes trabalhos
acadêmicos e  de monografias. “Há itens
muito importantes em nosso museu, de imensurável importância didática para o
aprendizado do aluno de Direito, haja vista que temos um conjunto de ‘instrumentos
de crimes’, tais  como armas brancas e
artesanais, cordas improvisadas utilizadas em presídios, pertences de vítimas
de crimes, instrumentos contundentes e perfurantes, fotografias de exames
necroscópicos, estatutos  manuscritos de
facções criminosas, entre outros”, ressalta o docente.

Para
o aluno, ter um acervo tão completo na instituição é um diferencial. “A
Medicina Legal é muito interessante porque ela fornece ferramentas essenciais
para a concretude do Direito, como o Direito Penal que lida com a dogmática e
aspectos abstratos. Além de ser riquíssima na percepção, como exemplo, o uso de
coleta de digitais”, diz.

Conheça
os crimes mais populares com artefatos no da Toledo Prudente

Os
itens disponíveis no museu servem para auxiliar nos estudos diante de
julgamentos de crimes, tanto para conseguir comprovar a materialidade do fato
consumado ou até mesmo a inocência de uma pessoa julgada. Entre os muitos
crimes os quais há objetos no acervo, os principais e de maior repercussão são:


Cabo da picareta: utilizado para assassinar o então prefeito de Presidente
Prudente, Florivaldo Leal, em dezembro de 1965. O autor seria um funcionário da
Prefeitura de Presidente Prudente, que havia sido demitido e, devido ao seu
descontentamento com o fato, aproveitou o momento em que o chefe do executivo
deixava a prefeitura para mata-lo. Leal foi golpeado na cabeça e morreu dias
depois no hospital.


O crime da mala: o fato gerou comoção em Presidente Prudente no final dos anos
de 1960. Durante um aborto qualificado mal sucedido, a jovem submetida ao mesmo
faleceu. Diante disso, a autora que realizava o procedimento junto a comparsas,
colocou o corpo da vítima em uma mala, a qual pretendia jogar no Rio Paraná, em
Presidente Epitácio. Ela foi detida e presa antes de concluir seu “plano
macabro”.


Estatutos de Facções Criminosas: são
diversas anotações manuscritas por membros de facções criminosas que atuam dentro
e fora de presídios no país. Nos artefatos estão as “regras e as leis” seguidas
por eles, assim como as medidas adotadas em casos de saída da facção ou
delações de integrantes.


também diversos objetos contundentes e artesanais produzidos por detentos,
assim como telefones celulares que foram apreendidos em revistas carcerárias em
presídios da região. O Museu também possui itens utilizados, no passado, em
torturas policialescas – como máquinas de choque aplicadas em interrogatórios
policiais – e muitos outros.

Como
agendar visitas?

Por
possuir um dos únicos acervos no país com esta temática criminal, o Museu de
Medicina Legal da Toledo Prudente atrai docentes, discentes e toda a comunidade
em geral. Para visitação, é necessário fazer um agendamento prévio por meio do 
link clicando
aqui
!.

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